SPFW 2021: 5 tendências para as próximas temporadas

Flávia Ivo | Editora-chefe
29 de jun. de 2021
3 min de leitura

Há algum tempo, passei à certeza de que as semanas de moda, tanto nacionais quanto internacionais, apesar de determinarem temporadas como "Verão de tal ano", "Inverno de outro", acabam por influenciar não só o street style de estações futuras como também daquela corrente.

A São Paulo Fashion Week edição 51 aconteceu entre 23 e 27 de junho e, em tese, as coleções apresentadas são voltadas ao Verão 2022, que só começa em 21 de dezembro de 2021.

No entanto, estamos em um movimento tão veloz de vida, mesmo com a estática do fique em casa e do pouco contato social, que qualquer espera por qualquer coisa parece angustiante...

Ronaldo Fraga: celebração do Cariri

Portanto, acredito e aposto que as tendências mais fortes que saltaram aos meus olhos na SPFW devem, em muito breve, ganhar suas interpretações nas ruas e, claro, quando essas peças estiverem nas lojas físicas e virtuais, com muito mais força.

Fiz uma observação minuciosa dessa que é a maior semana de moda da América Latina e separei cinco características que se repetiram em algumas coleções, inclusive de marcas divergentes entre si.

Veja as tendências da SPFW 2021

Estilo vitoriano

A primeira e mais forte das trends, para mim, é o estilo vitoriano. No ano passado, a revista Marie Claire chegou a publicar que este seria o novo boho. E eu não consigo discordar. Isso porque tanto o vitoriano quanto o boho trazem um quê de rústico, de vintage, e têm um público cativo. Especialmente formado por aquelas pessoas cujo estilo conversa com um certo romance, um escapismo.

Para quem não sabe, o vitoriano vem da era vitoriana, período da história inglesa sob o reinado da Rainha Vitória. Nas características, mangas longas e bufantes, geralmente em tecidos leves; babados; e punhos fechados e abotoados.

João Pimenta, Carol Bassi, Apartamento 03, Renata Buzzo e outras marcas beberam nessa fonte e têm peças belíssimas nas coleções.

Da esquerda para direita: Renata Buzzo, Juliana Jabour, Neriage, João Pimenta, Carol Bassi, Apartamento 03, Victor da Justa, Soul Básico, João Pimenta, Carol Bassi e Apartamento 03

Conjuntinhos

A segunda tendência que percebi com bastante presença foram os conjuntinhos. Uma resposta fidelíssima ao comportamento pandêmico. Com muitas pessoas em home office, o pijama - que tem essa característica de conjunto, com mesma estampa nas duas peças -, acabou sobressaindo. Nesse sentido, as roupas combinando partes inferior e superior são uma interpretação do que estamos vivendo até aqui.

LED, Gloria Coelho, Isaac Silva e Weider Silvério são alguns dos estilistas que têm esse tipo de criação nas coleções.

Da esquerda para direita: Isabela Capeto, LED, Weider Silvério, Gloria Coelho, Atelier Freiheit, ÀLG, Isaac Silva, Modem, Misci, Victor da Justa e Neriage

Volume

Em terceiro lugar, coloco o volume, que, a bem da verdade, já está há muito tempo entre nós, digo, em vitrines e no dia a dia. Um volume mais estruturado nas criações de Juliana Jabour e Anacê; e mais "aconchegante" em Renata Buzzo e Isabela Capeto, por exemplo.

Da esquerda para direita: Juliana Jabour, Isabela Capeto, Renata Buzzo, Mile Lab, Rocio Canvas, Weider Silvério e Anacê

Handmade

A quarta tendência que destaco é o handmade, ou seja, peças criadas manualmente ou com aplicações. A exemplo dos mineiros Ronaldo Fraga e Célio Dias, da LED. Que, aliás, não é porque também sou mineira, mas, para mim, foram os dois fashion films mais incríveis dessa temporada. Assisti algumas vezes ambos. Veja:

Além deles, no artesanal, coloco aqui novamente Renata Buzzo, Aluf e Misci.

Da esquerda para direita: Ronaldo Fraga, LED, Aluf e Misci

Um ombro só

A quinta e última é uma que eu adoro e já usei muito quando mais nova. Alô, galera cringe! Um ombro só. Representando essa "categoria" estão Carol Bassi, Flávia Aranha e Santa Resistência, com uma peça assimétrica de chamar a atenção pelo impecável acabamento.